Um dos principais assuntos da semana foi a ácida discussão entre os Ministros do STF, no pleno de 22 de abril. O Presidente (do) Supremo, Gilmar Mendes e o Ministro Joaquim Barbosa deixaram de lado a pauta do Tribunal e partiram para recíprocas e ríspidas acusações de improbidade.
Em, possivelmente, um dos “deixa disso” mais elegantes da história, o Ministro Marco Aurélio, oportunamente, lembrou aos presentes que a discussão descambava para um campo não coadunado com a liturgia do Supremo.
Tomando para análise a biografia dos querelantes e o incomensuravelmente mais edificante passado do Ministro Joaquim Barbosa em comparação à suspeita biografia do Presidente do STF, não é de se estranhar que nos inclinemos a tomar partido do primeiro.
Joaquim Barbosa é o exemplo sofista dos limitados defensores da absoluta meritocracia, é o caso romântico do “oprimido” que, superando as mais adversas condições e mediante o próprio esforço, alça-se a um dos mais altos cargos da República. Um exemplo quase que de heroísmo.
Por sua vez, o Ministro Gilmar, além do caso Daniel Dantas, mais recente dos escândalos envolvendo seu nome, tem sido acusado de tomar parte em casos duvidosos, como o afastamento pela Justiça Eleitoral do prefeito de Diamantino, que faz(ia) oposição à família Mendes (causa da acusação de coronelismo feita por Barbosa), o caso dos grampos sem áudio da revista Veja, entre outros.
Diante dessa relação quase que caricata de mocinho versus bandido, faz-se perigosa uma percepção turvada do acontecimento, levando-nos a torcer pelo “herói”, ao invés de nos conduzirmos a uma análise da questão sob uma perspectiva político-institucional.
É possível que nao percebamos que diante da ausência de um fator que justificasse tal e tanto desentendimento, o que ficou patente foi a fragmentação de nossa Suprema Corte, deixando-nos uma dúvida sobre até que ponto essa malquerença entre os ministros é dissociável da busca pela decisão mais justa e Constitucionalmente abalizada.
Estaria o Judiciário seguindo o asqueroso caminho dos nossos outros dois Poderes, onde a briga de egos desvia nossos governantes do caminho reto?
As acusações, perante os holofotes, de midiatização do Judiciário e de destruição de sua imagem não colaboraram ainda mais para a pulverização da reputação da magistratura?
É preciso que compreendamos que, apesar da natural inclinação a uma das partes deste ralho, não é mediante espetáculos burlescos que desmascararemos os que se mostrem indignos dos cargos que ocupam.
Pedro Jácome - 3o período noite.
A fragmentação da Suprema Corte fica patente no momento em que 8 dos 11 ministros assinam uma carta manifestando apoio e confiança no Supremo Presidente Gilmar.
ResponderExcluirO texto tenta uma abordagem do tema diferente da usual, mas carece de análises mais profundas e/ou acertadas.
Sugestões de leitura:
http://www2.paulohenriqueamorim.com.br/?p=9678
http://www2.paulohenriqueamorim.com.br/?p=9675
http://www.rodrigovianna.com.br/plenos-poderes/cartacapital-capangas-mataram-andrea-em-mt
Que merda é essa?! O que foi que vocês fizeram com o blog do DA?! Cadê a legislação, os links, as informações sobre a faculdade?!
ResponderExcluirTransformaram o único espaço participativo de informação dos estudantes numa porcaria para textos imbecis dos membros do grupo de vocês.
Se era pra fazer diferente porque fizeram essa droga?!
Nota ZERO!!!
Espetáculos burlescos?
ResponderExcluirCaminho reto?
Reputação da magistratura?
Primeiro: O ministro Joaquim Barbosa está lá, não por ser simbolo de um sonho "romantico", mas por sua capacidade irrefutável, e o bom e velho "notório saber jurídico".
Segundo: Pregar que alí não é o espaço de disputa política é acreditar "romanticamente" na despolitização da justiça. Que os homens que estão lá são verdadeiros hércules buscando apenas a imparcialidade da justiça da sociedade.
Terceiro: Liturgia do Supremo é foda!!!
Os caras estão alí pra discutir políticamente e decidir politicamente mesmo. Se descambou pra o lado pessoal é pq o figura que é presidente agora tá estrapolando os limites de sua vez no rodízio de presidentes.
Essa história de achar que o ramo do direito tem que ser impessoal, despolitizado, mecânico tá um pouco ultrapassado.
O modelo do nosso poder judiciário não só está falido como já se sente de longe o cheiro de sua podridão. Vide o presidente do STF!
Dá-lhe Joaquim Barbosa!
Política-institucional é uma ova!
O que se prega nesse artigo é uma visão moralista pequeno-burguês!
Ninguém tá naquelas cadeiras só por mérito. Mas por um grande Q.I. (Quem indique)!
(Com todo o respeito ao meu amigo Jácome!)